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               “Assim eu entendi!”

     

                            Por

                   Roberto Araraq

                                O Livre Arbítrio

 

Apresentamos nesse Post a nossa melhor definição com respeito a questão do Livre Arbítrio.

 

Essa é a nossa visão pessoal!

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             Sabemos que em Teologia encontramos duas posições principais com relação a esse tema tão importante.

 

Por um lado, as principais Igrejas Históricas afirmam que

 

  •                                          NÃO, O HOMEM NÃO POSSUI O LIVRE ARBÍTRIO!

por outro lado, as principais Igrejas Pentecostais afirmam que

  •                                            SIM, O HOMEM POSSUI O LIVRE ARBÍTRIO!

E ambas defendem ferrenhamente as suas posições;

  • Enquanto  as  Igrejas  Históricas   explicam  que  o  Livre Arbítrio foi perdido por Adão quando pecou e que o Homem hoje, na situação de caído e morto em pecados e em iniquidades, só possui uma tendência natural para o mal;

               E que, mesmo quando pratica algum bem, só o faz movido por uma emoção momentânea motivada por interesses pessoais e não por um amor cristão;

               E ainda que, com o seu direito preservado de decidir sobre sua própria vida, toma as decisões de ir e vir, fazer ou não fazer, querer ou não querer;

               Tornando-se assim, detentor da Livre Agência, que é justamente essa capacidade de decidir sobre sua própria vida, que ele ainda mantém;

               Consequentemente não possuindo mais o Livre Arbítrio que lhe permitiria escolher entre o bem e o mal, aceitar ou não aceitar a Deus  que lhe foi oferecida;

               Tanto pelo sacrifício vicário de Jesus Cristo e que só se completa hoje com a ação regeneradora que é empreendida pelo Espírito Santo;

               Alcançando àqueles a quem o Pai predestinou para a salvação, desde antes da fundação do mundo;

             

  • As   Igrejas Pentecostais   explicam que o Livre Arbítrio é uma condição inerente ao ser humano, o qual, mesmo vivendo caído e destituído da glória de Deus;

               E estando morto em pecados e em iniquidades, pode decidir sim, se aceita a Jesus ou se não O aceita, exercendo assim a sua livre iniciativa;

               Permitindo e colaborando por sua livre vontade com a regeneração do Espírito Santo em sua vida;

              

               E estando perfeitamente apto a escolher entre o bem e o mal conforme o exercício do seu livre arbítrio permite que ele o faça.

               - É muito importante observar que os Teólogos que abraçam a Fé, a partir de cada uma dessas posições contrárias, citam as várias passagens Bíblicas que corroboram as suas interpretações com relação ao Tema.

 

               Como consequência disso, os cristãos em geral, que buscam o conhecimento da Palavra para prosseguir conhecendo ao Senhor, acabam recebendo esse conhecimento da forma como é apresentado no ambiente em que ele está posicionado;

 

               Então terminam por assumir que “Não, o livre arbítrio não existe!” caso estejam posicionados entre os cristãos históricos;

               Ou então acabam assumindo que “Sim, o livre arbítrio existe!” caso estejam posicionados entre os cristãos pentecostais.

               Nós não acreditamos que qualquer um dos dois lados, estejam cometendo enganos ou erros quanto à interpretação das Escrituras Sagradas ao fazerem essas suas afirmações;

               Nesse ponto, convém fazer a seguinte observação:

 

                                “A interpretação das Escrituras Sagradas é fruto da Exegese!”

Ou seja, é feita por exegetas que são Teólogos os quais conhecem profundamente as Escrituras Sagradas; Estudaram muito aspectos tais como:

  • Hebraico antigo, Grego, Aramaico, para conhecer o significado das expressões utilizadas nos textos sagrados na época em que foram escritos;

  • Geografia Bíblica, objetivando conhecer os costumes, os comportamentos e os hábitos da época, nas varias regiões onde viveram todos os povos que fazem parte das citações nas Escrituras;

  • Entre outras muitas matérias que compõe essa especialização, tais como Cristologia, Angelologia, Paracletologia, Teologia do Novo Testamento, Teologia do Velho Testamento... E segue por aí afora;

 

        Lembre-se sempre disso:

                                    São profundos conhecedores das Escrituras Sagradas.

               Esse “parêntesis” foi criado apenas para deixar bem claro que a interpretação das Escrituras Sagradas não é uma coisa que se faz apenas por “inspiração” como muitos querem crer por aí;

 

               Aliás, é esse tipo de “inspiração” que produz tantas e tantas heresias, conforme temos visto em milhares de denominações espalhadas Brasil afora – pessoas que se dizem “inspiradas pelo Espírito Santo” e que terminam por multiplicar ensinamentos que até o diabo duvida. – infelizmente, o cristão despreparado é o único que não duvida!

 

               Retomando o assunto do livre arbítrio, vamos expor a seguir a interpretação que mais satisfaz o nosso entendimento;

                Ao criar o Universo, Deus estabeleceu uma hierarquia entre os reinos criados, sendo que o reino mineral serve ao reino vegetal, o qual por sua vez serve ao reino animal, e enfim como coroa da Sua criação, criou o Homem à Sua imagem e semelhança, dotando-o de inteligência e de um senso moral, de vontade própria, apto para reinar sobre os outros reinos e tornando-o livre para agir conforme sua própria vontade – Este, é o livre arbítrio do homem ao qual as Igrejas Pentecostais se referem.

 

               Mas Deus não concedeu ao homem o poder de alterar o destino, os propósitos, ou ainda “descriar” absolutamente nada dentro do Universo que o todo poderoso Deus havia criado – Esta, é a livre agência à qual as Igrejas Históricas se referem.

 

                Deduz-se daí que as posições defendidas de forma tão ferrenhas e diferentes, são meramente sinônimas, querem dizer a mesma coisa;

                É preciso, no entanto, notar que existe uma diferença entre a forma como Deus governa o reino físico (que é o reino mineral, vegetal e animal) e a forma como Deus governa o reino moral;

 

                O governo de Deus sobre o reino físico é absoluto porque ali só há uma vontade em ação: A vontade de Deus!

 

                Já no reino moral, além da vontade de Deus há também a vontade do homem em ação; No reino moral o governo de Deus não é absoluto porque há ali a vontade do homem que pode Lhe desobedecer; Esse é o livre arbítrio ou a livre agência do homem – imagino que você possa escolher o termo que mais lhe agrada.

               Considere o seguinte exemplo:

- Um grande navio parte em uma longa viagem;

- A bordo,  os  homens  pode  ir  e vir, caminhando em  todas  as direções   para  onde  desejarem,  fazendo  o  que  quiserem,  conforme a sua livre  vontade;

- Mas independente dessa liberdade relativa que o  homem goza, o  navio  segue o seu rumo, em direção ao seu destino programado.

O destino dessa viagem representa o glorioso destino espiritual que Deus preparou para a Sua criação;

 

O ir e vir dos homens a bordo, representa o seu “Livre Arbítrio” ou sua “Livre Agência”, você pode escolher o termo que mais lhe agradar, podendo ele fazer o que desejar;

 

E todos chegarão ao seu destino final, o qual foi preparado pela e para a Glória de Deus;

 

No entanto,

 

        Todos aqueles que desistirem dessa viagem ou se rebelarem – e muitos o fazem -  pulando fora do navio, fatalmente jamais irão chegar a esse glorioso destino final.

 

                       (*1)         “8. A SOBERANIA DE DEUS SOBRE OS SERES LIVRES É

                                                   EXERCIDA POR UM GOVERNO MORAL

O governo moral de Deus é a sua administração da vida das criaturas livres, dirigindo-lhes toda ação moral e todo destino.

               O governo moral é o método pelo qual Deus governa os seres livres; Todos os seres livres têm de relacionar-se com este governo moral.

E, quanto mais desenvolvido o ser moral, mais significativo se torna este governo de Deus.

 

               Se bem que seja o homem livre, o seu procedimento e o seu destino estão sob o juízo e o cuidado de Deus.

O possuir o homem o poder de escolher entre o bem e o mal e o ter ele uma consciência que lhe sirva de guia prova que está debaixo de um governo moral.

 

               Por causa dos seus poderes pessoais, o homem pode comunicar-se com Deus, e, por isto mesmo, torna-se responsável diante de Deus pelo uso que faz destes poderes.

               Dois são os princípios deste governo moral:

 

1. Deus é espírito perfeitamente bom, deseja o que é bom para as suas criaturas, e delas exige que façam o bem.

Sendo Deus bom, e perfeitamente bom, só pode exigir das suas criaturas o que é bom. Este é um dos princípios fundamentais do governo de Deus sobre os seres livres e morais.

Deus governa segundo este principio ou lei, e de acordo com este mesmo princípio serão julgados os homens.

 

Feliz é a pessoa que respeita este princípio do governo moral de Deus.

2. O segundo princípio acha-se no fato de que o homem ceifa o que semeia.

Como já notamos, Deus quer que o homem faça o bem; se ele o fizer, resulta isto em seu próprio benefício;

Porém se, ao revés disso, o homem desrespeitar este princípio e praticar o mal, isto produzirá resultados funestos em sua vida.

O que o homem semear, isso mesmo ceifará.

Debaixo destes dois princípios o homem vive e tem de viver. Dai a necessidade de ser Deus santo, perfeitamente bom, porque, sendo bom e santo, ele tem direito de exigir do homem bondade e santidade.

 

O objetivo deste governo moral é o bem das criaturas, porque um governo que se não orientasse por este alvo não seria amigo dos governados.

Deus governa o homem para o seu próprio bem, e não para a sua condenação. «Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele» (João 3:17).

 

Este objetivo do governo moral de Deus é a expressão da sua paternidade e por este meio ele quer tornar real a paternidade divina. Porque nem todo homem é filho de Deus. «Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome» (João 1:12).

 

O governo de Deus é para todos, e por isso não pode Deus ser indiferente a quem quer que seja. «E a vontade d’Aquele que me enviou é esta: que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia» (João 9:40).

 

Deus não faz mal a ninguém e nem tampouco aprova o mal que alguém perpetre.

Enquanto Deus e os homens existirem, este governo moral se perpetuará e não acabará;

Pois Deus há de administrar para sempre a vida das suas criaturas livres e morais.”

(*1) Texto extraído na íntegra do livro “Esboço de Teologia Sistemática – A.B. Langston – (pag.58/59)

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